Uma e meia.

Este é o Uma e Meia. Seu nome era Uma e Meia porque tinha uma orelha apontada para cima e a outra para baixo. Ele apareceu aqui no bairro em agosto de 2007. Foi abandonado. Era muito bonito, simpático e carinhoso. Acabou se aconchegando na última casa da rua onde moro. A dona não queria ficar com ele porque disse que não poderia levá-lo ao vertirinário, caso fosse necessário. Como eu tinha o Preá naquela época, disse a ela que se ela ficasse com ele eu responderia pelo veterinário, medicamentos e até ração. Dessa maneira ela deixou ele ficar. Todavia, ele andava mais na rua do que em casa, só que tinha um canto para dormir e isso o fazia feliz. Algum tempo depois descobrimos que ele tinha convulsões. Levei-o ao veterinário, porém essa doença não cura. Basta ficar nervoso para ter crise. Ele vinha todos os dias almoçar e jantar na minha casa, depois ia para a casa dele. Um tempo depois eles pegaram a Negrinha, que hoje está comigo. Com a Negrinha ele ficou muito feliz. Eles passeavam juntos, vinha comer na minha casa e depois iam para a casa deles. Um ano depois o Preá morreu. Dois meses depois dele morrer eles abandonaram a Negrinha e eu a recolhi. Ele ficou sozinho. Um ano depois fui viajar. Fiquei dois meses fora e quando voltei soube que eles tinha abandonado-o. Fiquei louca da vida, mas nada mais pude fazer. Nunca mais soube dele. Espero, para o bem dele, que alguém com bom coração o tenha recolhido ou, então, que ele tenha descansado das agruras desta vida.
Até hoje sinto muita saudade dele.

Teresa Ibañez.