Preá, meu amor.

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terça-feira, 13 de abril de 2010

Giuseppe Luigi Alessandro Bertolini


Giuseppe Luigi Alessandro Bertolini. Que nome imponente! Era o nome do meu nonno paterno. Eu o conheci como José Bertolini. Ele nasceu em Milão, Itália, no dia 05 de agosto de 1883, filho de Ambrosio Bertolini e Savina Monti Bertolini. Tinha um irmão mais velho e um mais novo. Sua mãe morreu poucos dias depois que nasceu o mais novo. Seu pai veio para o Brasil com os três filhos e uma nova mulher. Chegaram aqui em 1887. Meu nonno, quando adulto, trabalhava na R.V.P.S.C. como pintor de pontes, mas por motivos de saúde, tinha feridas nas pernas provocadas por varizes, foi aposentado. Como ganhava pouco e era casado com Rosa Bertolini, com quem tinha 8 filhos, começou a trabalhar como carpinteiro, marceneiro, pintor, etc... Mas o que fazia meu nonno especial é que ele era um artista. Fazia coisas incríveis na madeira. Verdadeiras obras de arte. Pena que depois que ele morreu ninguém conservou nada. Ele era maravilhoso. Eu estava sempre com ele, observando-o em seu trabalho, coisa que ele fazia com amor, pois todo artista ama o que faz. Ele tinha o hábito de ir à quermesse, na igreja do Cristo Rei, nas barracas de pescaria, para pescar lembrancinhas que trazia para mim. Fui muito feliz ao seu lado, aprendi muito com ele. Um dia ele estava pintando a casa de um amigo. Teve um ataque cardíaco e caiu da escada. Levaram-no para casa, mas ele morreu em seguida. Lembro-me que meu pai e minha mãe levaram-me até o quarto dele. Estava coberto com um lençol. Meu pai afastou o lençol de seu rosto para que eu o visse. Compreendi que havia perdido o meu nonno amado, meu amigo de todos os dias. Foi a primeira grande perda que tive. Era dia 23 de janeiro de 1948. No dia do enterro choveu muito, o dia inteiro. Os enterros naquela época eram feitos a pé. Mas, muitos amigos acompanharam-no até sua útima morada. Hoje, 62 anos depois, ainda me lembro dele e de tudo que vivemos juntos, com muita clareza. Ainda sinto muita saudade dele.
Em 2001 fuià Itália e fiz questão de ir a Milão. Quando subi as escadas do metrô e me deparei com a Catedral de Milão não contive as lágrimas. Foi uma emoção muito grande pois, eu não sei por quê, mas parece que ali, na Catedral, estávamos juntos novamente.
Teresa Ibañez

2 comentários:

  1. COM CERTEZA VOCÊS ESTAVAM JUNTOS NOVAMENTE NAQUELE MOMENTO E AINDA ESTÃO. O TEU DOM NAS ARTES REFLETE AS MÃOS QUE UM DIA FORAM DO TEU NONNO.EU DIRIA QUE FOI ALGO QUE ELE DEIXOU COMO PRESENTE PARA VOCÊ E, ESTEJA ELE ONDE ESTIVER, ELE DEVE ESTAR MUITO ORGULHOSO DE VOCÊ.

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  2. Oi, Desculpe-me a falta de discrição. Poderia me fornecer os nomes dos filhos de seu Nonno? Vou explicar... Estou tentando rastrear alguns antepassados meus e sempre paralizo em "José Bertolini" que consta como pai de meu avô... Daí minha necessidade...Posso lhe garantir... a feição do seu Nonno lembra muito a de meu pai..Anibal Bertolini... E sempre relembra do avô Giuseppe, conhecido no Brasil como José. Poderia me ajudar?
    Qualquer dúvida...isaacbertolini@gmail.com
    Isaac Bertolini

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