Preá, meu amor.

Preá, meu amor.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Encontrando amigos após 20 anos.

Outro dia estava no mercado quando vi no final do corredor um
amigo da época da escola, que não encontrava há séculos.
Feliz com o reencontro, me aproximei já falando alto:

- Oswaldo, sua bichona! Quanto tempo!!!!

E fui com a mão estendida para cumprimentá-lo. Percebi que o
Oswaldo me reconheceu, mas antes mesmo que pudesse chegar
perto dele só vi o meu braço sendo algemado.

- Você vai pra delegacia! – Disse o policial que costuma
frequentar o mercado.

Eu sem entender nada perguntei:

- Mas o que que eu fiz?

- HOMOFOBIA! Bichona é pejorativo, o correto seria chamá-lo
de grande homossexual.


Nessa hora antes mesmo de eu me defender o Oswaldo
interferiu tentando argumentar:

- Que isso doutor, o quatro-olhos aí é meu amigo antigo de
escola, a gente se chama assim na camaradagem mesmo!!

- Ah, então você estudou vários anos com ele e sempre se
trataram assim?

- Isso doutor, é coisa de criança!

E nessa hora o policial já emendou a outra ponta da algema
no Oswaldo:

- Então você tá detido também.

Aí foi minha vez de intervir:

- Mas meu Deus, o que foi que ele fez?

- BULLYING! Te chamando de quatro-olhos por vários anos
durante a escola.

Oswaldo então se desesperou:

- Que isso seu policial! A gente é amigo de infância! Tem
amigo que eu não perdi o contato até hoje. Vim aqui comprar
umas carnes prum churrasco com outro camarada que pode
confirmar tudo!

E nessa hora eu vi o Jairzinho Pé-de-pato chegando perto da
gente com 2 quilos de alcatra na mão. Eu já vendo o circo
armado nem mencionei o Pé-de-pato pra não piorar as coisas,
mas ele sem entender nada ao ver o Oswaldo algemado já chegou
falando:

- Que porra é essa negão, que que tu aprontou aí?

E aí não teve jeito, foram os três parar na delegacia e hoje
estamos respondendo processo por HOMOFOBIA, BULLYING e
RACISMO.


*Moral da história: Nos dias de hoje é um perigo encontrar
velhos amigos!*

Lembro o tempo da minha juventude quando brincávamos com os colegas e um colocava apelido no outro. Isso não nos traumatizou. Nossos pais não compravam brigas nossas pois sabiam que se algumas vezes discutíamos por alguma opinião diferente, logo depois nos acertávamos, pois fomos educados para respeitar os colegas, idosos, animais, natureza, enfim... as diferenças. Hoje temos que nos cuidar, pois uma palavra pode nos levar à delegacia, enquanto ladrões e assassinos continuam livres nas ruas.


Um comentário:

  1. Eu na escola, nos meus tempos de primário,era o "polaco da nhanha", nunca me incomodou, pena que eu não sabia que era bulling, poderia ter inventado a palavra e talvez até ficado rico.
    Ou revolucionado a psicologia.
    Sieg.

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