Preá, meu amor.

Preá, meu amor.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Animais que participaram da minha vida.

Hoje vou falar um pouco sobre os animais que passaram pela minha vida e de alguma forma me marcaram. O primeiro do qual me lembro era um cachorro branco, com pintas pretas. Era da minha nonna. Não era meu, mas eu morava na casa que ficava no fundo do quintal. Eu teria uns quatro anos e lembro-me que o coitado ficava numa corrente, dia e noite. Chamava-se Dolé. Não lembro o que aconteceu com ele. Quando eu tinha já uns cinco anos minha mãe pegou um gato preto. Ele chamava-se Fedato. Isto porque na época o Coritiba tinha um jogador chamado Fedato, que era muito bom jogador e meu pai, como "coxa branca convicto" chamou o gato dessa maneira.  Fiquei pouco tempo com ele, porque tivemos que ir embora para Ourinhos e não podíamos levá-lo. Minhas tias disseram que cuidariam dele. Não sei o que aconteceu porque naquela época, crianças não tinham o direito de perguntar nada. Já em Ourinhos eu não tinha animais, mas um dia o trem atropelou e matou uma cabra que tinha dois filhotes. Eles passaram a comer capim atrás da minha casa e eu gostava de brincar com eles. Bom, só com a cabritinha, porque o cabrito era muito arisco. Quando voltamos a Curitiba eu já tinha oito anos. Minha nonna tinha um cão, mas não lembro o nome dele. Eu tinha muito medo dele. Não sei porquê. Acho que eu era muito boba. Minha prima, que morava na casa ao lado da nossa tinha um cão fox, branco, com manchas pretas. Não lembro o nome dele, mas ele era muito nervoso. Não precisava muito para ele morder. Eu não brincava com ele  por ter medo, é claro. Mas, o engraçado era vê-lo deitado numa cadeira que minha tia tinha em frente ao fogão de lenha. Ele deitava-se e em seguida uns oito gatos que viviam ali também, deitavam em cima dele e ele não se importava. Quando a tia queria acender o fogo dava um ponta-pé na cadeira e ele, assustado, pulava. Lógico que voavam gatos para todos os lados. Ele gostava de correr atrás de buscapé. Não tinha medo.
Esta é a foto do Campeão e minha mãe.
Quando meus pais compraram casa, aqui no Cajuru, não tinhamos cães. Só  três anos depois foi que pegamos o Campeão. Era lindo! Mestiço pastor com buldog. Cor cinza. Um cão muito querido. Eu tinha quinze anos quando o pegamos. Ele era muito bravo. Ninguém, a não ser meus pais e eu entrávamos em casa. Mas, quando comecei a namorar o que veio a ser meu marido depois, ele fez amizade. Aceitou-o e brincava com ele da mesma maneira que brincava conosco.  Dois anos depois meu pai morreu. Foi uma época difícil, pois minha mãe passou a receber meio salário mínimo de pensão e ficou complicado para comprar carne. Lembro que que comprava 50 gramas de carne moída, de segunda, que era mais barata. Tinha que dar para dois dias. Mas ele sobreviveu. Quando me casei as coisas voltaram ao normal e ele passou a se alimentar bem melhor. Meu filho Leonel nasceu em outubro de 1963 e ele morreu em 7 de março de 1964. Perdi meu amigão. Foi o primeiro animal meu que perdi. Sofri muito. Eu o amava muito. Esta é a Fuli. Em 18 de novembro de 1970 colocaram no nosso jardim uma cadelinha muito linda! Minha mãe não a queria, mas eu insisti tanto que ela acabou concordando em ficar com ela com a condição de que quando eu viesse morar na casa onde moro hoje, a traria comigo. O Leonel estava com 7 anos e deu a ela o nome de Cafuringa, em homenagem a um jogador do Fluminense, só que como o nome era muito grande ela acabou sendo chamada de Fuli. No ano seguinte me mudei de casa, mas minha mãe não quis mais me dar a Fuli. Tudo bem. Eu ia vê-la todos os dias. Viveu 14 anos. Morreu dia 1 de dezembro de 1974, vítima de um câncer no focinho. Que saudade da Fuli!
Esta era a Fuli.
Nessa foto meu marido está com a Vaquinha no colo e a Petuninha no chão. Em fevereiro de 1977 o Leonel veio para casa com uma cadela toda estropiada, coitada. Não tinha nenhum dente e tinha uma perna traseira que fôra quebrada, mas que já havia cicatrizado sozinha. Pobre animal! Como deve ter sofrido nas ruas. Deveria ter uns seis meses. Ficamos com ela e ela passou a chamar-se Vaquinha.
Nessa foto a Giovana está com a Petúnia, o Leonel com a Vaquinha, o Rodrigo com o Bandit, filho do Tonico, O Joaquin está com o Tonico e lá fora está o Max, um vizinho. Em 1981 recolhemos um cão que estacionou em frente à nossa casa. Ele era muito malandro. Vivia atrás de namoradas e sempre voltava com algum machucado feio para casa. Por esse motivo passamos a chamá-lo de Tonico Bastos, em homenagem ao personagem de "Gabriela, cravo e canela". Tonico foi atropelado peloInterbairrsos em 21 de outrubro de 1982. Foi outro que deixou muita saudade!
No começo de 1982 o Rodrigo, meu outro filho trouxe para casa uma cadela que encontrou na rua. Ela estava cheia de bichos de pé. Meu marido levou dias limpando as patas dela e ela deixava em reclamar. Ficou linda também.  Seu nome era Petúnia. Ela se apegou muito com a Vaquinha. Pareciam mãe e filha. Quando a Vaquinha morreu, em 21 de agosto de 1986, vítima de câncer generalizado, a Petúnia ficou muito triste, quase morreu. Foi a partir daí que meu marido passou a passear todas as tarde com ela.
Dia 24 de dezembro de 1989 entrou em nosso o quintal um cão. Era tão magro que passou pela grade. Claro que ficamos com ele. Meu marido chamou-o de Dulito. Ele era muito querido e se deu muito bem com a Petúnia. Meu marido morreu em abril de 1993 e eles sentiram muito sua falta. Para não vê-los sofrer tanto, vendi o fusca que meu marido dirigia, pois cada vez que o fusca dobrava a esquina eles corriam para o portão pensando que meu marido viria também.
Em dezembro de 1993 adotei o Preá. Ficaram os três em casa. A Petuninha não era muito chegada no Preá, não, mas tudo bem, viviam em harmonia. Aí quem passeava com eles era eu, já que meu marido havia morrido. Em 25 de junho de 1994 Petúnia morreu, vítima de câncer também. Ficaram Dulitinho e Preá. Dulito morreu em 9 de agosto de 2000, vítima de cirrose. Me restou o Preá, que viria a morrer em 6 de agosto de 2008.
Eu não queria mais cães, pois já estou velha, mas abandonaram a Negrinha e ela está comigo desde novembro de 2008. Em junho de 2009 foi a vez de eu recolher o Encrenca, que também vivia pelas ruas. Hoje eles são meus companheiros e amigos muito queridos. Tenho medo de morrer e deixá-los abandonados à sua própria sorte.
Para completar, aí estão Negrinha e Encrenca. Não preciso dizer que todos os animais que eu tive deixaram uma saudade imensa. Até hoje choro quando lembro deles todos.Outro dia falarei dos animais que marcaram, mas que não chegaram a morar comigo.

2 comentários:

  1. Legal você lembrar de todos eles. Um dia preciso também escrever sobre os cães que fizeram parte da minha infância. Eles deixam saudades mesmo. Impossível esquecer.

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