Preá, meu amor.

Preá, meu amor.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dulito

Este era o Dulito. Bom, na realidade os donos dele o chamavam de Bobi. Era um cãozinho muito bonitinho e meigo que passava na frente da minha casa com seus donos, uns 5 ou 6 piás que recolhiam papel com uma gaiota. Na época, década de 80, o Prefeito de Curitiba era Roberto Requião e ofereciam às crianças carentes lazer e refeição no Centro Social. Esses garotos iam todos os dias catar papel e depois iam almoçar no referido local e levavam junto seu cãozinho.
Era 1988 e eu estava cursando o último ano de faculdade. Tinha que fazer uma monografia e escolhi o tema "O cão vira-lata na sociedade atual."  Para essa monografia a professora queria que houvesse ilustrações e vendo esse cão tão magro, acompanhando seus donos, resolvi  fotografá-lo para completar meu trabalho.
Assim, passei a colocar comida na frente da minha casa e ele passou a se alimentar ali. Logo ficou freguês e todos os dias vinha comer. Depois ia para casa com seus donos. Até que no dia 24 de dezembro ele simplesmente entrou em minha casa, passando por uma fresta no portão. Apresentou-se para a ceia. Meu marido, que adorava cães, arrumou um local para ele passar a noite. No dia seguinte, quando seus donos passaram em frente minha casa, eu disse-lhes que seu cão estava ali e que eles poderiam levá-lo, mas eles pediram para eu ficar com ele, pois disseram que o pai deles queria matá-lo.
Foi dessa forma que eu fiquei com ele e meu marido passou a chamá-lo de Dulito. Ele deveria ter uns dois anos. Era muito querido, muito meigo. Gostava de passear. Bastava abrir o portão e ele saía para passear. Sabia exatamente onde ia e logo retornava para casa. Foi muito amigo nosso. Quando meu marido morreu, em 1993 ele ficou muito triste, mas com muito carinho consegui que se recuperasse. Cheguei a vender o fusca que tínhamos, pois quando ele ouvia o barulho do fucas, logo ficava esperando que meu marido chegasse.
Dulito morreu dia 9 de agosto de 2000. Deixou muita saudade.Esta é uma foto dele pouco tempo antes de morrer.

Um comentário:

  1. Olhando as imagens é quase impossível dizer que é o mesmo cão. Lindo, me lembro vagamente do Dulito, naquela época eu não caminhava tanto pela vizinhança, mas me lembro de tê-lo visto sim.É, ele escolheu vocês para ser feliz e conseguiu.
    Que carinha mais simpática!

    ResponderExcluir